Boa noite. Acho muito interessante esse debate e quero acrescentar alguns pontos. Cuidado com os sites de emprego e recolocação. São negócios maravilhosos (para os donos).
1) Milhões de candidatos inscrevem-se, fornecem seus e-mails e perfis. Com isso abastecem mailings incríveis e segmentados que são vendidos, a preço de ouro, para o marketing de grandes empresas. Quantos de vocês recebem propagandas e e-mails indesejados de remetentes desconhecidos? Pois é, 97% das mensagens indesejadas são deletadas por vocês mas 3% geram receita e vendem de alguma maneira.
2) As poucas empresas que insistem em publicar suas vagas nos sites pagam caro por isso e recebem milhares de currículos para cada vaga. Isso é poluição, não oportunidade.
3) Os Head Hunters são os que melhor se aproveitam dessa massa de candidatos triando e selecionando de forma "cirúrgica", por classe social, aqueles incautos que acabam por ser abordados, entrevistados e iludidos com aulinhas pagas de "como ser contratado em 7 dias. Vendem livros, cursos, apostilas e todo tipo de fraudes incitando inocentes a acreditar que serão contratados.
4) Gente, isso é negócio.
As empresas contratam cada vez mais por indicação dos próprios colaboradores para evitar os custos abusivos das agências e recrutadores que chegam a cobrar delas três ou mais salários por uma contratação. E o que é pior, geralmente se decepciona com o perfil que chega "maquiado" e não consegue se manter por falta de conteúdo para o cargo.
Sugiro que busquem vossos relacionamentos, ex-colegas de faculdade, MBAs e empregos anteriores. Digam às pessoas o que procuram, de forma sincera, e mantenham a vida acadêmica em dia assim como idiomas. Vocês encontrarão mais e melhores oportunidades.
Eu mesmo, quase caí numa dessas certa vez. Fui convidado para uma entrevista em um super escritório na Avenida Paulista (SP), cheio de glamour e mil prerrogativas de seriedade. Depois de entrevistado por 15 minutos, me fizeram desenhar uma árvore, um sol, um riacho e alguns pássaros numa folha de sulfite. Três entrevistadores quase desmaiaram de emoção quando apresentei minha obra de arte feita com caneta Bic. Pelos meus traços e entrevista (de 15 minutos) descobriram que eu era "o cara" e começaram a correr em êxtase, dar telefonemas e agendar outras entrevistas até que um deles me trouxe uma maquininha de cartão de crédito e, em pé à minha frente, me constrangeu a entregar meu cartão de crédito para que debitassem os custos iniciais do programa de treinamento. Nesse dia, quase recorri à violência para desmontar aquela quadrilha.
Pessoal, já passei dificuldades procurando emprego em dias mais difíceis e hoje contrato pessoas com o devido respeito que elas merecem. Sugiro que nos respeitemos mais e que deixemos de dar lucro fácil a quem não se preocupa conosco.
Por fim, recomendo o networking, o cadastramento de currículos diretamente nos sites das empresas e muitos contatos no seu próprio relacionamento.
Boa sorte e sucesso.
Marcelo Ornellas
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